Conad indica que Andes-SN desfilie-se da CSP-Conlutas, e defende continuidade da luta em defesa da democracia e da educação pública
Conad aprovou indicar desfiliação da CSP-Conlutas (Foto: Andes-SN)

Após dois dias de debates, a(o)s participantes do 14º Conad Extraordinário do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Nível Superior (Andes-SN) deliberaram encaminhar ao 41º Congresso da entidade a proposta de desfiliação da Central Sindical e Popular-Conlutas (CSP-Conlutas).

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Docentes participam de ato pela luta antirracista

A indicação da desfiliação foi aprovada com 37 votos favoráveis, 22 contrários e cinco abstenções.

A decisão sobre a matéria será tomada no 41º Congresso, que ocorre de 6 a 10/2/2023 em Rio Branco (AC).

O Conad foi realizado no Auditório da Seção Sindical da Universidade de Brasília (ADUnB) nos dias 12 e 13/11, com participação de mais de 200 pessoas, entre delegada(o)s e representantes das seções sindicais, além de observadora(e)s, convidada(o)s e diretora(e)s do Andes-SN.

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Professoras Michele Schultz e Annie Schmaltz Hsiou, presidenta e 1ª vice da Adusp

No próximo dia 1/12, a Adusp promove debate sobre a permanência do Andes-SN na CSP-Conlutas ou sua desfiliação. Participam do debate a 1ª vice-presidenta da Adusp, Annie Schmaltz Hsiou, Marinalva Oliveira, docente da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e Claudio Souza Mendonça, docente da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e 2º vice-presidente da Regional Nordeste I do Andes-SN. A atividade ocorre a partir das 14h no Auditório Giuseppe Occhialini, no Instituto de Física, com possibilidade de participação remota.

Tarefa imediata “é derrotar o fascismo também nas ruas”

Além dos debates e plenárias, a(o)s participantes do Conad se somaram ao “Ato em defesa da democracia e pela luta antirracista no Brasil: com racismo, não há democracia”, realizado no sábado (12/11), na Praça Chico Mendes, na UnB.

O encontro aprovou a “Carta de Brasília”, situando a conjuntura num “período histórico marcado por uma tremenda ofensiva da classe dominante sobre a classe trabalhadora”, com “quadro de desemprego e desalento crescente; e aumento da violência em termos gerais e da violência provocada pelo próprio Estado, que age de forma acentuada contra o conjunto dos pobres, pretas e pretos das mais diversas periferias, povos originários, camponeses e o conjunto da população atingida pela exploração e opressões da sociabilidade capitalista”.

O documento registra também a pandemia da Covid-19, “que ceifou mais de 700 mil pessoas a partir da política genocida do atual governo”. “O ataque à vida, ao direito de existir e resistir é profundo”, diz o texto.

A Carta ressalta a “importantíssima vitória com a eleição de Lula contra o governo fascista de Bolsonaro, que, mesmo utilizando a máquina do Estado e um imenso esquema de corrupção pelo orçamento secreto, foi derrotado nas urnas”.

“Nossa tarefa imediata e no médio prazo é derrotar o fascismo também nas ruas. Essa vitória é da luta que se manteve nas ruas pelo Fora Bolsonaro e contra a PEC 32, nos acampamentos indígenas, nas manifestações antirracistas, em defesa do meio ambiente e tantas outras que, somadas ao desespero da fome, do desemprego, levaram a uma enorme vontade de mudar, de esperançar”, prossegue o texto.

Na avaliação da categoria, “a ação política em defesa da democracia, contra os retrocessos e pela revogação de todas as contrarreformas não se encerra com as eleições”. “A conjuntura para o próximo período desafia-nos à tarefa de ampliar as lutas, colocar a resistência na rua e mobilizar nossa categoria em defesa da Educação Pública e de nossas pautas históricas. E delas não abriremos mão.”

O Andes-SN defende a reorganização da classe trabalhadora, num contexto de unidade de classe que “precisa ser necessariamente antirracista, antimachista, antilgbtfóbica, anticapacitista”.

“A reorganização da classe está na ordem do dia. As ameaças à democracia e a barbárie instalada são desafios dos mais importantes que temos pela frente e esse processo apresenta-se num patamar avançado na luta de classes”, afirma a Carta. “Derrotar a extrema-direita e o fascismo nas ruas! Em defesa da democracia! Com racismo não há democracia! Viva o 20 de novembro! Viva o Andes-SN!”, conclui o documento.

EXPRESSO ADUSP


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