MTST sofre repressão em Taboão da Serra

No último dia 3 de outubro, cerca de 400 pessoas das ocupações Chico Mendes, Silvério de Jesus e Che Guevara foram duramente reprimidas pela Guarda Civil (GCM) de Taboão da Serra, a mando do  presidente daquela casa legislativa, vereador Macário (PT).

Após coordenar o grupo de vereadores que barrou a votação de um projeto que transformaria duas áreas da cidade em Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS), o referido vereador ofendeu os manifestantes e encerrou a sessão.

Com isso, iniciou-se um tumulto que terminou com tiros de armas de fogo disparados por guardas municipais, alguns inclusive à paisana. Quatro companheiros do MTST foram brutalmente espancados pelos guardas, tendo sido atendidos no pronto socorro Akira Tada.

Manifestação do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto

Após o episódio, no qual foram destruídas  cadeiras e portas da Câmara, alguns vereadores, liderados pelo Sr. Macário, não se deram por satisfeitos e foram até o 1° DP de Taboão para buscar criminalizar o movimento e responsabilizá-lo pelos acontecimentos.

Militantes do MTST irão responder criminalmente por dano ao patrimônio e lesão corporal, embora os feridos tenham sido do próprio movimento. Além disso, boa parte dos danos foram causados pela ação despreparada da própria GCM. São eles os responsáveis por mais de 15 feridos do MTST, sendo 3 idosos.

O MTST repudia as cenas de vio­­lência e a postura de alguns vereadores  e  denuncia que o Sr. Macário se submete servilmente à especulação imobiliária, tendo arquitetado a retirada de terrenos de ZEIS no município.

O projeto que seria levado à votação transformaria em ZEIS, para fins de moradia popular, duas grandes áreas ociosas da região. Uma delas já foi ocupada pelo movimento duas vezes, em 2005 e 2010. Até o início deste ano, tais áreas, localizadas num bairro valorizado da cidade, tinham essa destinação social. Mas, por meio de um projeto de iniciativa do próprio vereador Macário, votado na calada da noite há alguns meses atrás, foram redirecionadas para a construção de condomínios destinados à classe média alta. Há informações de que o local em questão teria sido adquirido pela Cyrela, uma das grandes construtoras do país, e de que tal empresa teria feito um acordo com vereadores do município para a mudança de zoneamento.

O ocorrido na semana passada mostra até que ponto tais vereadores, independentemente da coloração partidária, estão dispostos a servir aos interesses do capital imobiliário e honrar seus acordos escusos com estes grandes financiadores de campanha eleitoral.

O MTST realizou, dois dias após a selvageria da GCM, um ato de repúdio à violência em frente à Câmara Municipal e à Prefeitura de Taboão da Serra. Contamos com a Adusp e a comunidade universitária para lutar conosco contra o avanço da criminalização e repressão às lutas sociais.

 

Guilherme Boulos
membro da Coordenação Nacional do MTST

 

Informativo nº 353

EXPRESSO ADUSP


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